top of page

Lua cresce em Escorpião - um minuto e meio

  • Foto do escritor: Valeria Petersen
    Valeria Petersen
  • 4 de out. de 2016
  • 2 min de leitura

Qualquer coisa pode desencadear nossos apegos: alguém que critique nosso trabalho ou nos olhe atravessado; o cachorro que mastiga nosso sapato favorito; quando derramamos algo na nossa melhor gravata. Num minuto estamos bem, no próximo algo acontece e de repente estamos fisgados por raiva, inveja, culpa, recriminação ou dúvida em nós mesmos. Em A cientista que curou seu próprio cérebro (My Stroke of Insight), o livro da neurocientista Jill Bolte Taylor sobre sua recuperação de um grave AVC, ela explica o mecanismo fisiológico por trás das emoções: uma emoção como raiva que seja uma reação automática dura apenas 90 segundos desde o momento que é desencadeada até seguir seu rumo. Um minuto e meio, só isso. Quando dura mais tempo, o que geralmente acontece, é porque preferimos reavivá-la. Poderíamos tirar vantagem da natureza mutável, cambiante, das nossas emoções. Mas tiramos? Não. Em vez disso, quando surge uma emoção, nós a abastecemos com nossos pensamentos e o que deveria durar um minuto e meio pode arrastar-se por dez ou vinte anos. Nós simplesmente ficamos reciclando o enredo. Ficamos fortalecendo nossos velhos hábitos.

Podemos contrapor essa reação por meio do treinamento em estar presentes. Uma mulher que conhecia a observação de Jill Bolte Taylor sobre a duração das emoções enviou-me uma carta em que descrevia o que ela faz quando uma sensação de inquietude aparece. "Apenas faço o lance do minuto e meio", escreveu ela.


Reconheça a sensação, dê-lhe toda sua atenção compassiva, até acolhedora, e, mesmo que seja apenas por alguns segundos, abandone o enredo sobre a sensação. Isso lhe permitirá uma experiência direta, livre de interpretações. Não a abasteça com conceitos ou opiniões sobre se é boa ou má. Simplesmente fique presente na sensação. Onde se localiza no seu corpo? Permanece igual por muito tempo? Ela muda de lugar e se modifica?


Portanto, o desafio é perceber o puxão emocional quando ele surge e ficar com ele por um minuto e meio sem o enredo. Será que você pode fazer isso uma vez por dia ou muitas vezes, conforme o sentimento aparece? Esse é o desafio. Esse é o processo de desmascarar, de relaxar, de abrir a mente e o coração.


Fonte: A beleza da vida - A incerteza, a mudança, a felicidade - Pema Chödron


 
 
 

Comments


Posts em destaque
Posts recentes
Arquivos
Busca por tema
Siga-me 
  • Facebook - Black Circle
  • Google+ - Black Circle
  • Pinterest - Black Circle
  • Instagram - Black Circle
bottom of page