Lua Cheia em Câncer - Lágrimas
- Valeria Petersen
- 12 de jan. de 2017
- 2 min de leitura

Hoje às 9h35 a Lua chega a sua fase Cheia e faz uma oposição exata ao Sol. No aquático Câncer, a Lua incita nossas emoções, nos deixa à flor da pele e mais propensos aos desequilíbrios emocionais. O signo de Câncer é tradicionalmente conhecido como o “chorão” do Zodíaco e sempre que escuto essa classificação, soa esquisito. Por que temos que conter as lágrimas? Por que só as palavras recheadas de racionalidade são permitidas e a pura expressão de sensibilidade deve ser reprimida e contida?
Lembro nos tempos de vida corporativa em que o chorar era claramente catalogado como sinal de fraqueza, de inabilidade e de jeito nenhum você podia deixar cair uma lágrima no escritório. Estava com vontade de chorar? Você tinha que ir ao banheiro discretamente, trancar-se na cabine para que ninguém te visse, chorar em silêncio e ao sair, lavar bem o rosto, arrumar o rímel que borrou e voltar como se nada tivesse acontecido.
As lágrimas estão aí para limpar, purificar, para renovar nossa alma e espírito. Quando as lágrimas caem, jogamos para fora as energias negativas e abrimos espaço para aquele aperto dentro dos nossos corações, que muitas vezes é sentido fisicamente. Nosso choro é com um copo cheio de água; um copo cheio demais não suporta muita água, transborda e é obrigado expulsar a parte que está em excesso. As lágrimas eliminam o excesso das nossas dores, para que nos purifiquemos. É por isso que quando terminamos um relacionamento amoroso choramos tanto, porque é muita dor para lidar, e a forma que o nosso corpo encontra para administrá-la é através das lágrimas.
Como Osho diz “As pessoas perderam quase que completamente a dimensão das lágrimas. Elas só as deixam sair quando estão em profundo estado de dor ou sofrimento. Esqueceram-se de que as lágrimas também podem ser de felicidade, de enorme prazer, de celebração”.
A lágrima não tem nada a ver com o sofrimento ou com a felicidade. Ela tem a ver com qualquer coisa que seja muito profunda e precise transbordar. Pode ser de felicidade, pode ser de tristeza. Qualquer coisa que seja intensa demais, impossível de controlar, como o explode coração de Bethânia, que mostra que muitas vezes é impossível não transbordar: a xícara fica cheia demais e as lágrimas saem desse excesso. Por isso, dê à suas lágrimas seu devido valor e vazão porque só ri e chora quem está vivo.
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