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Lua Vazia até 14h17, horário de Brasília - Nas noites em claro

  • Foto do escritor: Valeria Petersen
    Valeria Petersen
  • 23 de fev. de 2017
  • 1 min de leitura


Para uma manhã de Lua Vazia


"Algumas vezes, confesso, me bate uma certa culpa por preferir as madrugadas.

É que a maioria dos seres vive parcialmente do dia e eu, de lua.

A culpa não é minha nem tua.

É da brisa suavemente fria que bate nessas horas mais altas.

Um carinho na alma sussurrando que está tudo bem.

Horas altas, vozes baixas, a brisa se escuta, o grilo se escuta, meus bichos também.

Alguns retornam, outros saem fugidos.

Uns bem-vindos, outros mal idos.

Confesso que também me agrada o silêncio das pessoas e não é culpa minha, eu juro. Nem tua.

Mas me atrai saber que ninguém vai pegar um barco até a minha rua.

Aqui onde me transbordo: o mundo anda cansado e dorme.

Eu deito calada e acordo.

Desperto de mim".


Canceriano é um bicho esquisito. Até a gente se estranha com tantos fluxos e influxos.


"Nesta semana, me deitei MINGUANTE. E não me acanho em assumir minha veia saudosa. Sinto a rapidez do tempo trocando aqui dois dedos de prosa. Não vivo de passado, mas confesso que ele passa por mim um tanto mais que o esperado. Como alguém que mora em uma casa sem móveis, passeio bem pelos vazios. Revirando baús à míngua, encontro suspiros perdidos. Quentes e frios".


Fonte: Nas noites em claro - Clarice Freire

 
 
 

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